Prosas Poéticas : 

Capotes negros

 
Tritura-se torpe nos passos, a marcha... Hércules tresmalhado, capotes negros a desfilam nos cornos de pulsos cariados... Penitente de anéis farpados, expia ilustre um tapiz... Uma vã glória entre regressos, gargantas por encantar... Derramadas... Cospem fome num caldo de letras aguadas, uma qualquer sopa por sorrir... Gostar és de giz?... Ardósia arcano, mas que devir?... Nesta divina incessante, o gesto apaga-se sempre na desordem das folhas por numerar... E o movimento, esse, engasga-se outra e novamente... Por curvas de ásperas, deste céu que falta ar... Nome etéreo, rasgado aridamente... Tão horizonte de escriba engano, reste... Tão caminho ao lume por orientar, veias peste...


«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»

Agostinho da Silva

 
Autor
bruno.filipe
 
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