Os mesmos lugares, a coincidência da sobreposição
dos nossos rastos...
Talvez as mesmas palavras,
os mesmos gestos...
Como se fosse possível duplicar factos,
gestos, palavras, lágrimas ou passos...
Estranhamente, alguém como nós,
ou a sombra dos nossos pensamentos,
continua a divagar pelos mesmos lugares,
como se tivessemos continuado
depois de ter partido...
Vozes, sons inominados, paisagens,
lugares, espaços e tempos,
movimentos e luminosidade,
abraços e beijos...
Algures, há um espaço tempo continuado,
onde o inexplicável habita,
ressuscitando vidas paralelas...
Algures, algo aconteceu na memória
do tempo, na fúria do mar,
confundiu mar e amar,
vento e lamento,
fim e princípio...
Algures, estamos vivos...
Barão de Campos