Caminho nas nuvens com os pés descalços
Em viagem vertiginosa
E tenho medo de tombar.
Caminho na neve fofa e fria
Colada aos meus pés inertes
E tenho medo de me afundar.
As minhas mãos tremem
Os meus pés vacilam
E falta-me a coragem
Para continuar.
Atravesso rios secos
Com medo de me afogar.
Insegura, subo montanhas
Com medo de me desorientar
Onde estou, pergunto-me...
O que resta da minha coragem
E porquê não prosseguir viagem?
Por momentos
As minhas águas são assoladas
Por correntes de conflitos
As minhas pérolas são roubadas
De conchas violadas.
Ventos gigantescos rompem
As velas do meu veleiro
E eu, à deriva
Peço ajuda à gaivota
Ao albatroz
Para que me levem nas asas
Me ponham na rota
E me tirem
Este medo atroz.
Ah, este medo…
Este medo que gela o sangue
Que me tolhe os passos
Me controla a mente
E me impede de continuar!
... Mas amanhã é outro dia!...
Em mim, o sol voltará a brilhar
E eu, determinada
Alegre,firme, renascida,
Voltarei a lutar!...
Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor