Em minha infância não houve deleite
Cheguei a passar fome no dia a dia
Na mamadeira, me faltou até o leite
Ouvi minha mãe chorar de agonia
Nunca tive a flor-de-lis que enfeite
Sinto que é cruel a minha nostalgia
Passou-se, em minha cabeça, azeite
Pensando que eu não sobreviveria
Mas consegui passar neste deserto
Sempre minha mãe, tendo por perto.
Fazendo todo o esforço que podia
Hoje consigo espantar a minha dor
Seja pela poesia, ou por outro fator
Para que tenha um pouco de alegria.
jmd/Maringá, 22.04.09
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