Não apagues as horas nem os gestos que a preenchem, não sejas louco, a cobardia é a melhor amiga da derrota... Espera um pouco, afaga-lhe os cabelos, está morta mas a vida que lhe tens ainda a fará despertar em teus olhos. Desamarra-lhe os pulsos feridos e tira-lhe a fita-cola da boca, é um corpo morto, que mal te fará?
Pára! Pára!
Não andes às voltas na sala sem cantos, não dispas o sentimento, não escrevas nas paredes, aconteceu, és um assassino... és um assassino, és um assassino... e ecoa-te na alma esta frase, repentes vadios de ti, loucura...
Esta morta, já nada há a fazer, assassinaste-a sem escrúpulos, choras baixinho, gritas bem alto com este silêncio a perturbar-te a vida e as voltas...
Não toques no corpo, não toques! És um cobarde, choraste-lhe nos cabelos, pegaste-lhe nas mãos serás condenado... Sai daqui, foge enquanto é tempo estúpido.
Não, não, que estás a fazer? Solta-me!
"Eu amo-a, não entendes? Amo-a!"
Se a amavas porque a mataste? Chorarás até ao fim da tua vida, assassino da tua alma...
. façam de conta que eu não estive cá .