Lembro-me de ter acordado em susto pelo temor que sentiste, acordando
Lembro-me de te ver fechada na despensa, em plena escuridão a salvo da agressão
Concentras-te no respirar.
Não posso fazer barulho a respirar, penso, ou denunciar-te-ei.
Não posso denunciar-te
Lembro-me de ter pensado que seria desta que morreria, se morresses.
Fiquei toda a noite sentada à porta, tomando conta.
Horas desfiadas e desfeitas na escuridão ansiando pela ténue luz que inundando o pesado reposteiro, me dissesse que estás a salvo.
Que estou a salvo.
Tarda a luz.
Tarda o dia.
Perdemos, desta vez.