Há momentos, em que simplesmente,
Não queremos saber quem somos,
Para onde vamos…o que pensam de nós,
Ou meramente o que fomos.
E temporariamente, nem existimos!
Perdemo-nos no tempo, embrenhados em pensamentos,
Sonhamos…incondicionalmente…
Olho pela janela…ausente, a mente…em presença…
…Física, … lá fora, chove torrencialmente,
O vento sopra com violência,
A natureza manifesta-se …impaciente,
Cada rajada…é mais forte que a antecedente…
Sopro, o meu chá de tília, está quente…
Aconchego meu agasalho nos ombros,
Faz frio…ao primeiro gole, senti um arrepio…
Espirro…adoro sentir o frio na pele.
Pouso a chávena, massajo o pescoço,
Sinto-me um monte de escombros,
Exausta pelo cansaço…o que eu daria…
…por uma boa massagem!
Volto á chávena…fixo-me no escuro,
Através da janela…vislumbro o esboço,
Da tua doce imagem…um porto seguro!
Tu…e novamente sonho…voo.
Em casa, tudo, já dorme.
Tu, meu amor, não me sais do pensamento,
Nem por um só, momento…
Esboço um sorriso…
Hoje não me sinto triste…nem carente,
Sinto-me tão segura, apesar de saber-te…
…distante...ausente…
É como se nada mais me importasse,
Do que a certeza que me amas…que te amo,
Que me queres…que te quero,
Que te desejo e sou desejada…
Riu…
Sinto-me tão cansada. <br />
Não espero…abro a porta,
E como senão bastasse,
Sinto uma vontade enorme de sair,
Agarro uma manta, envolvo-me
Deito-me na rede, no alpendre…balanço…
Chove tanto…
Sinto o vento na face!
Mas com um sorriso,
Que me abrange, toda por inteiro,
Continuo a balançar-me…aconchegada…
Olhando a natureza…pensando nele,
E esperando… nada!
Simplesmente feliz, por existir…
E ao som abafador das arvores,
Á manifestação, violenta, da natureza,
Que eu tanto, adoro…assistir…
…e…
Há momentos, em que simplesmente,
Não queremos saber quem somos,
Para onde vamos…o que pensam de nós,
Ou meramente o que fomos…
E temporariamente, nem existimos…
Hoje…quero apenas apreciar o momento…
Eu…inexistente…vagueio…sonho…
Em pensamento…
Sabe tão bem sonhar…
( Vania B.)