INEXORÁVEL CORAÇÃO
Por Claraflor de Maio
Ainda não aprendi
a lecionar para esse coração,
o esquecimento,
do sorriso que invadiu minha alma,
na tarde quente de outro Março;
Olho o corpo da minha ilusão
estendido no vazio da saudade,
envolto em margaridas secas,
não tenho mais lágrimas para chorar meu mestre.
Choro apenas minha vida,
que se vai
debaixo dos meus próprios olhos...
Tenho apenas novas inspirações
que me reduzem ao pó de amores incorrespondidos,
reciclando-me em forma de poesia;
de amores feridos,
inflamando-me o arrependimento...
reduzindo-me a um par de olheiras
que vigiam a madrugada;
sonhos,
que tentam me distrair
do que não quer passar;
uma esperança,
que se escondeu em meu eu,
e ontem foi comigo
querendo minha vida de volta
mas deu de cara,
com os malditos olhos marrons,
que passaram por mim sem dizer nada...
Fazendo o arrependimento curvar-se
ao meu erro passado...
E aqueles olhos verdes
que me esperavam
no mesmo lugar,
na mesma hora,
feriram-me outra vez,
sem dizer nada...