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DÉJAME SUELTAS LAS MANOS
Déjame sueltas las manos
Deixa-me soltas as mãos
y el corazón, déjame libre!
e o coração, deixa-me livre!
Deja que mis dedos corran
Deixa que meus dedos corram
por los caminos de tu cuerpo.
pelos caminhos do teu corpo.
La pasión -sangre, fuego, besos-
A paixão -sangue, fogo, beijos-
me incendia a llamaradas trémulas.
incendeia-me a labaredas trêmulas.
Ay, tú no sabes lo que es esto!
Ai, tu não sabes o que é isto!
Es la tempestad de mis sentidos
É a tempestade de meus sentidos
doblegando la selva sensible
de mis nervios.
subjugando a selva sensível
de meus nervos.
Es la carne que grita con sus ardientes lenguas!
É a carne que grita com suas
ardentes línguas!
Es el incendio!
É o incêndio!
Y estás aquí, mujer, como
un madero intacto
E estás aqui, mulher,
como uma madeira intata,
ahora que vuela toda mi
vida hecha cenizas
agora que voa toda minha
vida feito cinzas
hacia tu cuerpo lleno, como
la noche, de astros!
para teu corpo cheio, como
a noite, de astros!
Déjame libre las manos
Deixa-me livre as mãos
y el corazón, déjame libre!
e o coração, deixa-me livre!
Yo sólo te deseo, yo sólo te deseo!
Eu só te desejo, eu só te desejo!
No es amor, es deseo que se
agosta y se extingue,
Não é amor, é desejo que se
esgota e se extingue,
es precipitación de furias,
é precipitação de fúrias,
acercamiento de lo imposible,
proximidade do impossível,
pero estás tú,
porém tu estás,
estás para dármelo todo,
estás para dar-me tudo,
y a darme lo que tienes a
la tierra viniste-
e para dar-me o que tens para
a terra viestes-
como yo para contenerte,
como eu para conter-te,
y desearte,
e desejar-te,
y recibirte!
e receber-te!
Pablo Neruda
(✩ 12/07/1904 — † 23/09/1973)
Autores Clássicos no Luso-Poemas