A quietude da solidão abraça-me.
Feito argênteo céu em trágico abandono.
A lágrima do canceroso em dolente alma..
É quando posso lembrar de um dia interminável.
Quando o sofrimento não era a única verdade
Na esperança decrépita de ingênuo anélito,
O sereno semblante de sempiterno agosto.
Lamúria plena do natimorto infante,a candidez de vago seio.
Cálida pálpebra do inerte sonho juvenil
Perecendo comigo aos poucos,dia após dia.
Eu gostaria de alguém,alguém para escutar apenas,
Alguém para chorar comigo,quem sabe seja você com seu amor desperdiçado.
Na voz que minha boca apaga-se.
Alguem...
Mas ela é a única agora,vertigem.
O emudecido crepúsculo flébil.
Amor em palavras vazias,síncope e lástima.
Plenilúnio e súplica,cicatriz e fúria.
Sem o alento do alto de novas promessas
E olhares perdidos.
Vinho escuro derrama-se do inebriante brado ferido.
Meu sangue aos céus,êxtase outonal.
Arraste-me quando findar da sombra em obscuro presságio
O indizível vazio que corrompe horizonte adoecido.
Do páramo ostento a lágrima
Percorro tua falta irremediável.
Conciliando a calma do inverno apaixonado.
Com sorrisos esvanescendo em chagas.
Ao longo do frio caminho para o solitário sono eterno.