Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Quanta dor em meu peito morava
Quanta tristeza a alma carregava
Quanta magoa o coração guardava
Quanta lágrimas amargas derramava
Como era vazia, a noite tão escura
Como o dia não tinha mais seu calor
Como o rio estava com tanta secura
Como estava vazio o jardim sem flor
Como era negro, o antes azul céu
Como dava medo as ondas do mar
Como a brisa, fria correndo ao léu
Fazia meu corpo de frio arrepiar
Como podia o sol ser tão sem brilho
Como se alegrar a mãe que perde o filho
Como viver somente de uma triste dor
Causada pela perda de um doce amor
Não sei como pode o poeta sobreviver
Não sei como ele tudo isto suportou
Pois ele sentiu o seu amor morrer
E por ela tristemente solitário chorou
Mas Deus sempre nos da um fardo
Que conseguimos na vida carregar
Mesmo que tenha um gosto amargo
Temos que sorrindo a dor disfarçar
E assim o poeta viveu, o triste momento
De perder para sempre a mulher querida
Chorou, implorou, no mais triste lamento
Que ela voltasse para alegrar sua vida
Porem ela não voltou, e Deus teve dó
E para o poeta um outro amor entregou
E ele que um dia sua saudade chorou tão só
Viu que ela realmente nunca ao poeta amou
E assim agora o poeta vai se entregar
Para um novo amor, que lhe de felicidade
Esquecera quem a ele não soube amar
E nunca mais ele ira chorar de saudade.....