Sentado no cimo de uma montanha sagrada,
rodeado de árvores e de muitas outras flores
silvestres; e tendo por baixo o mar e as águas,
no seu vai e vem constante, de ondas e sargaços;
joelho de encontro ao queixo, e, pousados,
os cotovelos, nas pernas; braços estendidos,
a horizonte; sustenho um livro, que eu leio,
com imenso prazer, sentindo o vento no rosto.
Porém, por cima de minha cabeça, pássaros,
parecem curiosos, e, descendo, até mim,
põe-se a verificar, com seus bicos, que espécie
de animal, serei eu, ali parado, por inteiro.
Completamente desconcentrado, de minha
leitura, resolvo-me a guardar o livro, no bolso
de meu casaco. E já tarde feita, com as ondas,
batendo forte, na pedra, sem rumo caminho.
Jorge Humberto
15/04/09