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Anoitecer

 
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Florbela Espanca
( 08/12/1894 — 08/12/1930)
Autores Clássicos no Luso-Poemas

A luz desmaia num fulgor d’aurora,
Diz-nos adeus religiosamente…
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui… outrora…

Não sei o que em mim ri, o que em mim chora,
Tenho bênçãos de amor pra toda a gente!
E a minha alma, sombria e penitente
Soluça no infinito desta hora!

Horas tristes que vão ao meu rosário…
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Ó meu áspero e intérmino Calvário!

E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho…
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive…

Florbela Espanca

 
Autor
Florbela Espanca
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/05/2009 22:24  Atualizado: 12/05/2009 22:24
 Re: Anoitecer
Ó Florbela, vou confessar-te uma coisa moça. Nunca te curti muito. És assim uma coisa...
Vou começar, desculpa...
Florbela, acho que exageras no facto de também fazeres falta. Percebes?
Ou queres partilhar comigo o meu sepulcro particular?
Beijos ao Mário.

Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 12/05/2009 23:05  Atualizado: 12/05/2009 23:05
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1976
 Re: Anoitecer
Florbela Espanca,

Em minha opinião foste uma das maiores poetisas de todos os tempos. Pena que não possa ler este meu comentário.

Abraços a quem enviou este poema.