Música, que é música, de verdade,
desperta em mim o ser mais adormecido.
E ante meus olhos, ruas inteiras, com suas gentes,
homens, mulheres e crianças,
mais os jardins, as casas, os lagos e os animais,
vêm até mim, como estrelas de mil cores,
envolvendo-me corpo e espírito, por inteiro.
Em tudo que é vida, nesta vida, há música,
porém há que saber escutar, sua indelével
magnificência, nas folhas de uma árvore, quando
a tarde, traz o vento consigo, ou
na corrente de um rio que passa. No céu e no ar,
que respiramos, com prazer, no primeiro
beijo, que se guardou, ou nas mãos de um velho,
sentado entre lembranças, de outros tempos.
Dois amigos conversam, entre sorrisos e harmonia!
Não haverá música suficiente aqui,
para que o mundo, pule e avance, sem guerras nem
desigualdades?
Ah, dêem-me, a música, de dois homens, em
concordância, pelas mãos de uma criança!
porque tudo isto é música, como um abrir de
pétalas, pela manhã.
Jorge Humberto
12/04/09