Agarro as tuas palavras
nos ecos
das profundezas dos oceanos.
Tento emergir
enquanto me debato
irascível
e
impaciente
pela mão que não me dás.
O mar alberga um mundo
onde quero permanecer.
Mas não tão tanto em profundidade,
que o oxigénio
é o alimento
que sacia a minha sede
de viver.
Tento ver-te o olhar por detrás da máscara,
o ser por dentro do homem,
o teu sorriso de desdém
pelas algas
que me enlaçam.
Tento perceber porque não me entendes
eu que acho que sou simples,
às vezes é que complico as coisas...
Não quero que me salves
deste mergulho,
porque
foste tu que me empurraste
e ao flutuar,
sonho
que hoje
é
o último dia do princípio das nossas vidas.
Nado ao longo da costa.
As lágrimas impedem-me de ver o iate que passa.
E tu cada vez mais longe.
AnaMar