Estou aqui debaixo do céu, azul metálico, com nuvens que cortam a corrente de pássaros.
Olho à minha volta e apenas vejo cores que saltam do chão, que salpicam as portas outrora cinzentas.
O vento passa por mim uma e uma vez, uma e uma vez, uma e uma vez.
Atravessa-me o deserto de coisas entre os meus dedos.
Um grão de areia seria suficiente, penso.
Um grão de areia seria suficiente para preencher de cor o vento. Um grão de areia seria suficiente para encher as minhas mãos de sonhos.
E fecho os olhos, porque só assim consigo realmente ver,
porque só sentir é ver, porque preciso de ver, porque preciso de sentir.
Nuno