Desejar tua boca
pareceu um delito
tu te esquivas sorrateira
sem entender meu fascínio
meu intento de conquista
Adentrar teus olhos
tuas faces róseas
os lábios dulces
diz não saber beijar.
O brilho de tua pele
ofusca meus olhos
bate e reflete em meu coração
faz soar mais forte que um martelo
a boca fremente, a sede eterna
se esconde.
O fõlego ofegante
deixa-se transpirar
estou em meio a teus cabelos ruivos
perto do colo
sentindo o cheiro de tua caixinha de amor.
Sussurro em tua orelha
nada quero falar
apenas notar
tua febre, teu desajeito
teu arfar, teu arrepio
sentir teus seios frementes
tal qual gatinhos matreiros
tu que nunca soubeste amar.
A boca evasiva
é a marca da volúpia
o escarlate do baton manchado
topo o corpo de um torpor molhado
atrai o meu, insolente ímã
Em minha dissimulação
tu me ensinas
a amar, a amar, amar.
JOEL DE SÁ
11/04/2009.