Para matar toda a fome
É preciso que a floresta desapareça
Que as fontes mingüem
Que os rios sequem
Arquejando sob os agrotóxicos.
Para matar toda a fome
É preciso depredar a caatinga
Transformar o cerrado em deserto
Dizimar castanheiras seculares
Assassinar mognos e sucupiras
Castrar assaís e cupuaçus.
Pra matar toda a fome
É preciso fazer tudo virar braquiária
Transformar o país numa estepe
Deixar que as voçorocas
Desbarranquem o limiar da casa.
JOEL DE SÁ
11/04/2009.