Poemas : 

Merdices

 
Caí de minha cama
Do alto do pedestal,
Envolto em guerras,
Palavras ocas sem sal
Espojadas na lama.

Olhei em volta, silenciado,
Procurando prosas e poesias
Penas velhas, folhas brancas
As noites que nasceram dias
O meu espaço gasto, apagado.

Li! reli tudo que me deixaram,
Mil letras de mil amigos.
Lavei a escrita com lágrimas,
E com todos os seus perigos
Que os poetas não mataram.

Inflamam-se os ditos
As caras feias e tapadas
Escondidas atrás da vergonha
Em mãos presas, agrilhoadas,
Por estes crimes malditos.

Sorriu-me tanto desse mal,
O adeus, até nunca mais
Confuso no até sempre.
Estas vidas teatrais
Feitas novela de jornal.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

A escrita é anárquica por não obedecer a regras quando lhe damos toda a liberdade que não nos é permitida, assim, todo o que escreve, será sempre refém de quem lê, gosta, não gosta, agride ou elogia
 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Antónia Ruivo
Publicado: 10/04/2009 16:52  Atualizado: 10/04/2009 16:52
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Usuário desde: 08/12/2008
Localidade: Vila Viçosa
Mensagens: 3855
 Re: Merdices
O poema está de luto
a palavra está em chaga
quanto mais digo e escuto
mais fundo me afogo na vaga

Beijinhos feliz Páscoa para ti e todos os teusOpen in new window


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/04/2009 10:21  Atualizado: 11/04/2009 10:21
 Re: Merdices
Tenho dito...
que algumas vidas,
por mera ilusão
nem sabem que pisam
o chão...

Páscoa com algum sol por aí

Gostei do poema...


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 11/04/2009 11:54  Atualizado: 11/04/2009 11:54
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Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Merdices
Sujam a palavra com lama
Vulgarizando-a, deturpando-a
Esquecem-se que é na alma
Que a poesia se PROCLAMA!

Gostei,Alemtagus!
Abraço,
Vóny Ferreira