Ainda que eu agora esteja ausente, Que seja apenas a memória de um passado inexistente, Quando me recordares, relembra-me com a palavra “amor”! Ainda que o teu passado seja o segredo que escondes dentro de ti, Quando me recordares, relembra-te que partilha não é censura ou recriminação! Ainda que a amizade permaneça no silêncio, Quando me recordares, relembra-te que mesmo o silêncio pode significar o respeito pela decisão do outro! Ainda que tantas vezes tenha exigido, Quando me recordares, relembra-me como alguém que exigiu mais de si mesmo! Ainda que tantas vezes me tenha enfurecido, Quando me recordares, relembra-te que toda a fúria foi apenas um incentivo a uma luta interior em teu nome! Ainda que nunca o tenhas percebido, Quando me recordares, relembra-me como alguém que tentou chegar até a ti, Longe das farsas, dos comportamentos sociais esperados, Longe de toda a convenção, Chegar simplesmente até a ti, Sem as barreiras que impões para ocultares as fragilidades que inundam a alma de todo o ser humano! Ainda que possa não parecer, Quando me recordares, relembra-te que apesar da distância a amizade permanece! Ainda que o meu sorriso não esteja presente, Quando me recordares, relembra-te que um dia ele existiu só por ti! Ainda que me tenha afastado, que te tenha esquecido, Quando me recordares, se algum dia te recordares, relembra-te das palavras carinho, verdade, vontade! Ainda que tenha lutado por te apagar da memória, Quando me recordares, relembra-te que tudo o que senti foi real! Ainda que o futuro nos afaste de vez, Quando me recordares, relembra-te que um dia ainda que por breves instantes foste capaz de me inundar de felicidade! Ainda que tantas vezes as saudades me fossem matando, Quando me recordares, relembra-te que o nosso pior inimigo são os nossos medos ocultos e renegados, Ainda que tantas lutas tenham sido em vão, Quando me recordares, relembra-te que apenas a vontade de acreditar e de lutar por nós próprios é que nos conduz à felicidade, Ainda que quando rodeados de gente sintamos a solidão, Quando me recordares, relembra-te que quando nós próprios nos abandonamos dificilmente alguém consegue chegar até nós, Ainda que saiba que amanhã serei meramente cinza, Quando me recordares, relembra-me que nada nem ninguém é insubstituível, Relembra-me que há apenas pessoas que povoam o nosso universo sentimental e nos invocam momentos únicos e sentimentos inesquecíveis! Ainda que tenha sonhado, sorrido e chorado, Quando te recordo, abro a arca dos meus tesouros, vejo a esmeralda perdida, recordo as lutas e aprendizagens, E sei que amar não é um sentimento unilateral, que jamais pode ser compensado por forças dispares… Aprendi que amar é ceder e retroceder, é lutar e cansar, é ganhar e perder…
Obrigada pela leitura e sobretudo pela crítica! Fico muito lisongeada pelos seus elogios. Espero que, se poder, leia mais alguns dos meus textos. Abraço