Á TUA VOZ
Deslumbro-me quando te escuto
Quando mexendo os teus lábios soletram o efémero
Porventura a alegria que te enche a alma
Porventura a dor que te corrói.
Seja como seja
Sempre que os teus lábios se tocam
E desafiados por providencial sopro
Emitem sons que tenho a dita de captar,
Quiçá sentir que se dirigem a mim
Logo me interrogo se é dita que eu mereça
Sonho dos meus méritos para ser sonhado por mim.
Os teus olhos
Os teus olhos são vida que transborda
Colibris saltitantes
Que me não eximo, porque não sou capaz, de perseguir
Por longe que esteja do assunto que mora naquilo que eles me dizem.
É que os teus olhos são para mim deslumbre
Mas o que me encanta
Me faz sair de mim
O que ofusca tudo o que de belo erradia do teu Estro, condensando tudo o que de belo há em ti
Me faz sonhar,
E quase ousar mundos não sonhados
É mesmo a candura e o calor da tua voz,
-A candura e o calor da tua voz.
Antonius