De palavras cansadas,
Levantou a caneta e esticou os papeis,
Como toalha de mesa para um banquete,
O seu sorriso era de criança,
E em tintas coloridas,
Deu a primeira pincelada, na tela vazia,
Pintou o que via, pintou o que queria,
Em traços cuidados,
Em palavras requintadas,
Afinal de contas,
Eram escritos de memórias tontas,
Espelhadas em tons alegres,
Em cada página mil versos,
Os poemas voavam dispersos,
Como se da gaiola fossem soltos,
O rodopio da sua loucura,
De olhos postos na sua pintura,
Ele entristeceu ao se aperceber,
Como teria ele esquecido,
Ainda sobravam folhas no caderno,
Ainda a tinta escorria,
E num torbilhão de recordações,
O bater dos dois corações,
Ficou para sempre emoldurado,
A sua obra tinha começado.
Obrigado a tudo o que me inspira.