Corpos molhados
olhares quentes
de Verão do Sul,
a alegria impera
somos crianças outra vez
para trás ficou o mundo cinzento
das obrigações,
impossíveis,
"fazeres de conta" para "parecer bem"
ilusões
quem ilude quem.
Hoje
as gargalhadas
voltaram a ser sonoras
este Sol no corpo
em água
tanta água da cor de um olhar
que tento evitar,
viajo
em segredo
despida de negro,
de olhos rasos de água,
invento-te em olhares de outras cores
para te deixar ir
para que me deixes ir
viajo
em segredo
nua
despida com ternura,
de olhos rasos de água,
viajo
incógnita,
viajo só
viajo em bebedeiras de azul
golfadas de ar fresco
quente
este fogo de Verão
que arde e se vê.
Ver-te em cada olhar
olho em busca dos momentos mágicos
numa espera de Outono
que teima em chegar
[b]tento dizer-te adeus
e
não consigo partir[/b]
AnaMar