Penso-te num mar tranquilo, algumas ondas de sobressalto em ruídos que perturbam o momento.
O sol aquece a tua memória, desordena-me os pensamentos... Há tanto tempo que não te escrevo...
A tua presença mora na tentativa do esquecimento, no vislumbre de uma nova perspectiva em que o nós é possível, no sonho adiado.
Meu amor impossível, provável, possível às vezes, meu sentir inventado, como dizer-te que o nós só sobrevive nesta marginalidade construída para que permaneçamos, neste jogo de esconde-esconde, neste desejo proibido?
Como dizer-te que Setembro há-de vir, acordar-nos para uma realidade que tentamos camuflar, para o dia a dia das nossas obrigações, num enterrar fundo dos nossos sentires...
Como dizer-te que já não te espero, porque teimo em acreditar que jamais virás, eu que sei que já te deste todo...
Um amor tranquilo, maduro...sim e onde nos levará esse sentir ? Nesta altura das nossas vidas, que projectos podemos iniciar juntos? Não, não duvido do que sentes, estou apenas a ser pragmática.
Agora sou eu que estou um pouco baralhada... Preciso de me afastar, de me encontrar, sozinha.
AnaMar