Vou ficar a contemplar o rio
enquanto te sei longe de mim
a começar uma vida nova
que também tive, em tempos.
Vou ficar sentada.
ou a passear pela Marginal
tentando estar contigo,
em todos os momentos
em que me sentiste ausente.
E tentar que as lágrimas
sequem ao sol de fins de tardes outonais
pelo espaço que deixas vazio,
pelo teu riso que escutarei à distância,
pelas lágrimas que pressentirei.
Vou contemplar o rio,
que mais além é (a)mar
num amor sem tempo nem medida.
Vou saber cada dor antes de ti
tentar que nunca percas essa força de viver
estar contigo, apesar da distância.
E ver o rio.
E o mar.
Vou sentar-me na nossa praia
e tentar encontrar-te nas ondas
rebeldes
como tu,
inconformista
decidida,
uma autêntica força da natureza.
E o orgulho com que te afirmas
a transparência com que te entregas,
a dança que fazes da vida,
é a música
que me faz levantar todos os dias.
Só para te dizer (como se não soubesses)
que vou ter saudadas tuas,
mesmo da tua impaciência para ouvires os "meus sermões"
mesmo do teu mau humor matinal,
da tua teimosia
e das discussões por coisa nenhuma.
Vou ficar a ver o rio.
E escutar as tuas gargalhadas
a ecoarem na memória
do teu olhar doce,
que me diz
que estaremos sempre juntas,
independentemente
dos kilómetros
que perfazem a distância.
Para sempre, meu amor (sim é para ti esta musica, de Xutos & Pontapés).
Vais partir, mas eu vou contigo!
AnaMar
Out/2008