Um quarto cheio de muitos nadas
a musica na noite,
o luar na cama,
o silêncio do mar
num soprar efémero
de brisa molhada
(o sal).
As lágrimas num rio de solidão
inventada,
os cabelos curtos
livres
ao azul inevitável
das manhãs claras,
um amigo
numa praia deserta
o olhar azul
na areia
uma lágrima
por mim
por nós,
um sorrir sem medo,
o segredo que eu adivinho
um gostar incerto
de muitos dias,
as noites de descoberta
um olhar verde e uma mão,
as palavras
que
não
respondem as minhas duvidas.
O sono vence
o
tentar entender.
Borboletas esvoaçam
até às madrugadas
doces
de lilases
em chuva na minha boca
o princípio
e
quem sabe, o fim
indecisão confusão.
Agora, eu queria
um amigo
de olhar de qualquer cor,
um beijo de boa noite
um sorrir terno
e
a certeza
de permanecer com alguém,
porque
amanhã,
vou-me esquecer de decidir
e vou
adiar
adiar
adiar...
AnaMar
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