Pouco ou nada resta deste quarto de hotel
do calor da lareira
da neve colada à vidraça
de mim, de ti
Dos gestos de amor acabado de fazer
da sombra do teu corpo na cama
Sem de mim nada saberes
nem sequer que te escrevo
sentada na minha razão
de rosto meticulosamente erguido
repito, recito, rasgo
a poesia que fizemos (por ti)
Sei que me esperas
enquanto inventas elegantes mentiras
Sem saberes, entregaste-me a liga d´ouro falso
a mentira na tua obscura verdade
Que não se define
Obrigada!
Muito obrigada!
Ergo este último copo
com a voz rouca de tanta gargalhada
ao ver teu rosto pleno de magia, paixão e farsa
que me ajuda neste absurdo destino
neste estranho esconjuro que se afirma ainda vivo.
" An ye harm none, do what ye will "