ancorados
os meus olhos adormecem
rodeados de sons perdidos
pressinto alegrias e amarguras no cais
desprendem-se regressos e despedidas
e os prantos são nascentes que não correm
só porque vão caindo desencontrados
quando o barco se faz ao horizonte
com a cabeça entre as mãos
sentados
todos contam as horas e sentem o tempo
ah
são tantas as mágoas que vejo mesmo sem ver
ternura nos que partem sem querer partir
saudade nos que ficam sem querer ficar