A imperatriz ordena em olhos seus, um planeta azul de súbditos sorrisos... “Fala-me de ti”, inquere-me em sotaque de Rei Sol... “Venho de longe Senhora, dum perto chamado Gostar”... “Que reino é esse? Conta-me”... “Esta minha terra encanta-se nas palavras, letras somos num espaço sem tempo, são elas o pão de quem lá nasce e morre... Mas, Senhora... Os tempos foram de dor e, por isso, escrevi um mar e um barco... Parti.”... “E consolo encontraste nessa tua jornada?”... “Andei perdido, Senhora... Avesso tão, ondas e correntes... No leme não tinha mão... Até que um dia soprou um vento norte e tive receio, digo-vos... Porém, soltei as velas e deixei para trás, de vez, a má sorte... Cheguei a uma praia, que dormia nesta areia de suas terras Majestade... Um verão, digo-lhe, encontrei para esta alma transviada, um reinado da mais pura magia”...
«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»
Agostinho da Silva