não era breve a paixão nem o lume
que encendeia as montanhas e as emprenha
e se parir um rato a montanha no cume
deixa fogueira acessa que dos braços se fez lenha
fez fogo de passáros agitados na asa
e nós na paixão em sangue que flutua
no ruido sem dó nem ré que ultrapassa
quando deres por isso a minha mão é tua
e toca-lhe devagar que não se parta
toca-lhe com amor com o teu calor
para que amanhã te escreva uma carta
daquelas que poetas chamam de amor
e mesmo que me faça ficar farta
escreverei até impensável limite da dor