Este amor que em mim existe,
Mantenho-o preso na boca fechada!
Com voz alegre, pesa o silencio triste
Que tudo diz, sem chegar a dizer nada…
Se ao menos soubesse tudo o que consiste
Para moldar-me à tua figura, seria mais aventurada
A perpetua proeza que fielmente persiste
Em manter no peito as linhas de tua fachada
Este amor, que quando não te vê me aufere
Apenas véus de uma dor laminar que me fere
Além da alma… Vivo permanentemente esmo
À sombra silenciada de cada instante!
Este amor, é assim insano, delirante!
Acorrenta-me até dentro de mim mesmo
Paulo Alves