Vai todo envelhecido o casarão no fim da tarde!
E desaparecendo nos raios do sol, o horizonte,
Parcialmente ilumina uma fantasmagórica face,
No filete de água que lhe escorre de uma fonte!
Ainda expostos nas paredes, os velhos quadros,
Que um dia me foram motivos de tanto orgulho!
Vão-se perdidos, por entre os vãos, prostrados,
Nas saudades em que hoje eu muito mergulho!
Balançam cadeiras vazias, no pátio entristecido!
Onde a brisa tantas vezes fez rolar nos soalhos,
As folhas que outrora caíram do ipê todo florido!
Na imagem do espelho, passa por mim o tempo!
E tanto vejo refletido à sombra do ipê, os galhos,
Que muito nas saudades comigo vão morrendo!
(® tanatus - 01/04/2009)
** Na cidade de Buenos Aires, na Argentina,
existe a feira de San Telmo.
Uma feira de antiguidades, e, num certo lugar, existe o pátio de um casarão em ruínas,
o *PÁTIO DO TEMPO,
onde funcionam diversas lojas
de quinquilharias...
O presente poema é inspirado na leitura
da crônica, **UM ASSOMBRO, de Heloisa Seixas, seleções p. 49-50, edição Março/2009. (todos os direitos reservados)