-Pois bem. Faço-vos esta visita para em nome do meu Pimpão, vos pedir a pata de vossa filha Timorata.
Lábios de Veludo nem queria acreditar. Apoiando-se no braço do seu marido para não cair, olhava incrédula Timorata..Pata de Veludo com um olhar esbugalhado, ficou sem palavras.
-Há algum problema? Perguntou Bigodes de Prata.. Se, meus caros vizinhos, já se comprometeram com alguém de outro, eu retiro imediatamente o meu pedido e peço-vos perdão.
Nem Timorata nem Pimpão, acreditavam no que tinham ouvido.
-N...ão..n..ão, não prometi Timorata a quem quer que seja e mais calmo; foi simplesmente que fiquei muito surpreendido. Sabem, é a primeira vez que tenho um filho, neste caso uma filha, casadoira e como devem de compreender... por uma surpresa... foi uma surpresa! Se me permitem, vou falar com a minha esposa e dentro de momentos dou-vos a resposta.
O tempo para Pimpão e Timorata, era longo, não passava, a impaciência começou a assaltar os seus corações
A dado momento, eis que os paizinhos de Timorata vieram ao encontro dos pais de Pimpão..
-Bem... Disse Bigodes de Prata, eu e a minha esposa, estamos receptivos ao vosso pedido, mas como devem de compreender, não nos conhecemos muito bem e nesse caso proponho que enquanto jantamos um belo petisco feito de trevo, possamos discutir um pouco. Queiram sentar-se, caros vizinhos ao nosso lado. E vamos discutir o futuro dos nossos filhotes.
O sorriso voltou aos lábios dos dois enamorados e com um grito de felicidade agarraram a patinha um de o outro partindo correndo plenos de ventura deixando os pais a jantar e a tratarem da preparação do noivado.
Bigodes de Prata, vendo que os felizes namorados se afastavam em demasia, gritou:
-Não vão longe!... não se afastem!... Olhem que é perigoso, se um cão vadio passa por aqui!... e a estrada passa mesmo ao lado!... Isto, senhor Patas de Veludo, nunca é demais os aconselhar.
-É verdade, disse Patas de Veludo, nós já tivemos a mesma idade que eles têm agora e nunca via-mos o perigo, quantas vezes eu os avisei !... Enfim... quando se é jovem, pensa-se sempre que os mais velhos não têm razão, mas vamos então falar do casamento.
Depois de as duas famílias terem falado deles mesmos e ficando então a melhor se conhecerem.
-Bom o casamento, ah... o casamento... Disse Bigodes de Prata,,, sim vamos lá fixar uma data.
A Lua Cheia começou hoje, que me diz... no primeiro dia de Lua Nova?
Até é engraçado, pois que seria uma nova vida que para eles começaria.
Depois de ter consultado a sua esposa, Patas de Veludo aceitou a data.
-De acordo, eu e a minha esposa estamos de acordo.
E para selar o acordo, levantaram um trevo de quatro folhas desejando muita felicidade para os jovens e futuros esposos.
A. da fonseca