E eis que regresso.
Renascida na
canela,
salva
e mirra,
num confronto
com a minha morte
há tanto
anunciada.
Eis que regresso.
Em cores
de asas,
em voos
proibidos
numa aprendizagem
de tons
roxo, azul, vermelho, branco
e
dourado.
Promessas cumpridas,
verdades omitidas,
palavras repetidas,
amizades reprimidas,
u
m
a
l
á
g
r
i
m
a
com sabor a café frio.
Regresso.
O peito aberto para os amigos que tenho ignorado.
As mãos estendidas para os os carinhos que me têm aguardado.
A boca ávida
de partilhar as aventuras
desta viagem,
alucinante
fascinante,
experimental,
em que por algum tempo
me perdi
de mim.
Regresso.
O olhar
ao encontro
do
olhar
que ainda é da cor do meu.
Regresso.
Ao chá de menta
que se mantém quente
numa espera
incandescente,
na mesma mesa
do mesmo Café.
Regresso,
segura
e
altiva,
nas minhas botas de cano alto,
em passo apressado
pelo tempo que não vivi.
Regresso,
como se não tivesse partido,
feliz;
apesar da viagem
me ter dividido,
num reencontro comigo.
Estou aqui.
(Apaixonadamente a viver cada dia, como se fosse o último).
AnaMar
Out/2008