Bate serena, serenamente, um leve
vento, nas árvores de outrora.
E eu deixo que, meus olhos, se percam,
por entre as folhas, que, brandamente,
se agitam, cá e lá, subtilmente.
Ao olhar com mais atenção, numa
dessas árvores, tocadas ao de leve, pelo
vento, consigo ver um pequeno ninho,
de pássaros, recém nascidos, ao sabor da brisa.
De imediato olho o céu, e, todos os meus
receios, desaparecem, ao verificar, que,
este, se encontra limpo,
urdido, nas matizes mais claras,
que aos azuis, se pode ir buscar.
E por momentos noto, que o ar, está impregnado
de um cheiro ácido, largado pelas folhas,
mesmo que suavemente agitadas.
Abstraindo-me deste pequeno incómodo,
que satura meu nariz, até atingir a comichão,
por sistema, procuro meu consolo, no rio,
um pouco mais abaixo.
E é então que vejo com agrado, suas águas,
correrem tranquilamente, formando
pequenas ondas, brilhando intensamente,
ao sol, como papelinhos de prata.
Ah, lá vêm eles, voando apressadamente,
para alimentar, seus filhos esfomeados!
e por cima, de meu ombro, consigo espreitar,
como avidamente comem, os mais pequenos.
Sorrio… tudo guardando, como verdadeiro
tesouro… que só a natureza, tem a
capacidade, de possuir.
Jorge Humberto
30/03/09