A árvore tem um nó
Junto ao nó da estrada
A tua amada está só
Tu não podes fazer nada
As moçoilas mondadeiras
Há já muito que se foram
Tinham rostos de padeiras
Que à boca do forno coram
Suspiravam com calores
Em belas efusões líricas
Espargiam com flores
Ousadias impudicas
Regressaram maquilhadas
Com cortes de três por quatro
Desfilam desengonçadas
Como actrizes no teatro
As papoilas flamejantes
Até cinzam de as ver
E os olhos cintilantes
Até cegam de prazer
Têm o dia na boca
Vestem tangos e sonatas
Em nevoeiros de doca
Todas as pardas são gatas.