Entre a prudência demente
que me controla
a loucura
(minha eterna loucura)
volta e se revolta
corpo nu de frente ao meu
sexo puro e conexão doce
ejaculação precoce
com a minha excitação
por ti sentida.
Pensando outra vez em ti
minha senhora
dona da minha alma
choro lágrimas tuas
devido a ti
causadas em teu pleno grito.
minha loucura és droga
ar e amante
não fosse o não seres só minha
serias mulher de mundo e meio
não te vendes
dás-te apenas e só aceitas
acenos verticais
contracções verbais que exprimam
a lealdade a ti.
vejo te como demência
minha e das ruas
dos centros paroquiais que te proclamam
de drogados que te amam
jovens doentes que violas
e velhos senis que te pedem,
quase a chorar,
que não te vás embora.
Grito alto mensagem tua
(entre tremores por baixo da mesa
e olhares voltados
para os olhares atrás de mim)
estou falido de amor louco
estou louco da vida punhal.
Chego agora a implorar um fim
por momentos de maior lucidez
que haja justiça
e que a história não se acabe sem fim.
Joaquim Salgueiro