eu sei o que lhe vai na alma
porque a minha chora a mesma dor
à nós lamento!
pelo pão que cavamos fiel
e mora no infiel
mais uma vez, lamento!
a nossa idade que passa na agitação
para encontrar o sonho de ser
que se alonga sem direcção
ah, como isso dói!
dói nas dúvidas da vida
que enxugo sofrimentos na estrada
ah, que fossemos homens e nunca humanos,
para nunca uma lágrima
para nunca uma lágrima
nas dores que se multiplicam,
ainda assim nos chamam o futuro
longe dos nossos olhares
longe dos nossos andares
no momento que em nós se apaga o futuro
porém, eles estão certos
não porque eles chamam-nos
mais porque a nossa fé diz-nos
que venceremos esses ventos