Oh inefável substância,
da angústia vil matéria
- que abundante degluto,
ficando-me a sede, que não mato.
Oh incansável errância,
imperturbável fêmea:
quanto de ti me sustenta
no caminho e na tormenta...
Ah, trevas do meu porto,
meu triste olhar absorto:
quão mal tendes por falar.
Estranha sina, pouca sorte,
- que não se oriente e conforte,
fosse eu a vida suportar!
José Jorge Frade