Sonetos : 

O VELHO ANCIÃO

 




Corpo cansado, ombros caídos,
A semente da vida é-lhe vetada…
Roupa desleixada, punhos puídos,
Pouca vontade para a retirada.

Cabelo descuidado, barba por fazer;
Unhas crescem sem o cuidado
De quem antes retirava prazer,
Do quanto de si era almejado.

Voz rouca, rugas desconfortáveis,
Passo incerto, trémulo e dolente,
Nas manhãs pouco confortáveis.

E assim é a vida do velho ancião,
Três passos atrás dois à frente,
Eis aqui a morte por antecipação.

Jorge Humberto
15/05/07

 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
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1896
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Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 15/05/2007 21:45  Atualizado: 15/05/2007 21:45
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 Re: O VELHO ANCIÃO
Á mensagem contida neste soneto sensibilizou-me. A forma como está escrita é "nua e crua". É uma triste realidade.

Bjs