Rio triste
ternura sem nome,
o perfume entontece
um secreto adeus
os espelhos no lago
os cisnes
sem canto
a musica e as palavras
noite na cidade,
os olhares sem dono
vagabundos anárquicos
pelas ruas desertas
um breve esquecer de mim
ignorar a dor,
a distância que destrói
o Ser,
uma lágrima pelo silêncio.
As laranjeiras
desceram
aos sentidos,
a musica tocou
os espelhos,
o Tempo
quebra
o
(en)canto
um nome num grito
à noite,
os olhares são de vidro
e o fogo no Céu e o Sol
nesta manhã que não começa,
uma árvore em chamas
num quarto longínquo
os segredos escondidos,
alguém que entenda
o meu chorar sem lágrimas,
a minha solidão sem mim,
uma canção de abandono
sorrir ao luar
pensar um amigo
e partir.
É urgente
a água
no corpo
que tento ignorar.
Água
gélida,
tépida,
água livre,
perfume branco,
molhar o peito
afastar as lágrimas
resistir à dor...
...partir em busca da libertação
o princípio de uma flor...
...não sei como regresso
mas permaneço!
AnaMar