Queres um poema, uma poesia
Queres uma referência, uma lembrança
Queres, talvez, simplesmente um beijo
Ou ainda um abraço apertado.
Queres a minha vida
Quem sabe, a minha voz, que soa melancólica.
Queres a minha presença
Que ainda te assombra.
Queres, eu acho, o meu olhar
Talvez o meu gesto de pensar
Submerso na melancolia amorosa.
Queres o meu sorriso
Que, quem sabe, ainda te encante
Para afugentar esta melancolia persistente.
Queres o som de minha música
Que ressabiada reclama de sua parceria
Talvez queiras uma oração
Prá desencantar o espírito arredio
Que insiste em apelar para melancolia amorosa.
Queres talvez somente um abraço
Apertado do jeito de sempre
Prá espremer a melancolia amorosa.
Talvez nada disto tu queiras
O costume da presença ausente
Faz-te querer sem merecer.
Sim, queres um poema, somente um poema
A minha vida tiveras pra ti
Agora não tens de mim.
Não que a mim não quiseras
Nem eu não quiseras a ti
Foi este amor melancólico
Que herdou a nós
Com esta melancolia amorosa.
Gideon Marinho Gonçalves