Fecho os olhos
para que a noite não me doa.
Abrigo em mim, o pássaro ferido
de outrora.
Difícil explicação essa - a da impossibilidade de voar-
Suavemente tento apagar a memória.
Lembrar o dia-a-dia convencional.
Sonho-te em princípios de azul
num alegre recortar pedacinhos do céu.
Tento a sombra de um salgueiro
o sal do mar
e uma montanha inacessível.
Busco-te dentro de mim
numa tentativa de paz.
Pobre alma remendada.
II
Desejo inconfessado
ternura incandescente.
Soltam-se os cabelos,
as lágrimas,
alguns olhares
perdidos
os sabores a morango
no tempo e na vontade
de esquecer.
Vagueio entre sorrisos
belos
os
segredos
pueris,
de uma noite
em que me deito
e tento,
uma morte sem dormir.
AnaMar