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QUANDO A ALMA SANGRA/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)

 
Quando sangra a alma
é preciso recolher-se ao próprio deserto
guardar-se bem longe na selva sertão
respirar da floresta
da quentura do sal da terra
aguardar do aguadeiro das horas as cinzas
da resina têmpera
sorver do gole amargo do leite fel
a pústula do açúcar da arrebentação
da agonia de se renascer escuridão
clarão/mutação novo grão de cada dia
com sua língua de verbos e colméias
É preciso colocar folha de bananeira com óleo
quente sobre a inchação e o veneno
fazer um escalda-pés de ervas cheiros
sobre as pedras feridas lavas
Quando a alma sangra fecham-se
em mim as portas/e pelas janelas
só o olor /dor expargem as cinzas e as verdades dela...


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lilianreinhardt
 
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Enviado por Tópico
saozinha
Publicado: 26/03/2009 22:43  Atualizado: 26/03/2009 22:43
Colaborador
Usuário desde: 09/08/2008
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Mensagens: 1604
 Re: QUANDO A ALMA SANGRA/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)
Lilian:

Não imagina como este poema me tocou.

A melhor decrição que já li de quando a alma chora.

Quando a alma chora,doi tudo o corpo a alma o coração.
De tantas lagrimas salgadas não conseguimos nem ver a claridade do dia que nasce todas as manhas.

Um beijo


Enviado por Tópico
SofiaDuarte
Publicado: 26/03/2009 22:49  Atualizado: 26/03/2009 22:49
Da casa!
Usuário desde: 19/12/2008
Localidade: Portugal
Mensagens: 338
 Re: QUANDO A ALMA SANGRA/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)
Simplesmente um deserto de palavras perante tal poema...

beijo,
Sofia Duarte