Já vai longo o dia. Amanhã se volta ao normal. Com tudo o que a normalidade nos dá. Não sou desta. Disfarçadamente vivo-a. Porque é normal assim ser. E patético também. Mas é assim que tem de ser. Porquê que tem de ser assim? Ninguém responde. Também não quero respostas. As perguntas bastam-me. Como sempre. E agora uma gargalhada surda. Só eu sei porquê. Guardo-a como um segredo. Doce segredo. Tanto tempo sem eles. Que falta me fizeram. Nesse massacre de ausência. Propositadamente. Longe. Longe. Mesmo aqui ao lado. Por aqui não passam olhos. Lembras-te?