O tempo, o vento levou
O corpo, a morte matou
O violão, a canção consola
A menina, a esquina esconde
O sol nasce da montanha
A ferida, a água lava
O amor que a brisa embala
É som de viola mineira
É passo marcado no céu
A nota, a censura corta
A flor, da criança brota
A dor, do sangue escorre
Os olhos, o escuro mostra
A liberdade, o limite prende
A fuga, o tempo condena
A terra, o rio esconde
É o tom da pancada no peito
Marcando o tempo, o rio, amor...
No final,
A canção vem da terra
A vida vem da morte
O mineiro vem da serra
O ouro vem da terra
Há! o ouro, dos olhos desce na água
Que o limite e a criança choram...
José Veríssimo