Não sei se finjo ou minto, o quanto escrevo,
Se sou eu ou outro, no quanto lhe devo,
Mas, se não sou eu, quem escreve ou finge,
Porque chamar de meu o que me restringe.
Todas as dores são minhas, de mais ninguém,
O que revelo ou escondo, fica sempre aquém,
Do que, sentindo, escreve, com tal clamor,
O que a fingir, mente, com tamanho supor.
E assim, fingindo, suplanto-me a mim mesmo,
E vou nesta vida mentido, de esmo a esmo,
O que não sendo condição é sua suplantação.
E, a vida, é um relógio, que se chama coração,
Com promessas para entreter a mentira,
Quando, mentindo, finge, se ressente e se retira.
Jorge Humberto
12/05/07