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O TORNO ENTORNO/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)

 
O TORNO ENTORNO/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)




Direito e avesso
lume que evapora dos teus olhos
essa linha divisória nunca divide
O torno entorno da massa
me argila
Sou a eflúvea entrega da fiação
que te escreve nos vitrais da meação
a própria sílaba calcinada
no ritual de lava-pés sempre inacabado
Sou o teu lado nunca exposto
o beijo oculto que te respira
frente e verso em tua folha de rosto
sangue misturado
de ermidas longínquas
de coiotes silvados de cerrados capões
de trevas famintas de gargantas alquebradas
meu sangue verte-te ponto sideral
nestes cabelos de milho outrora verdes
em nuanças de trigais maturados
espigas debulham grãos calcinam
em pedras lavradas sulcadas pelas tuas águas
que te lava o corpo meu corpo entalhado no teu
vértice das mesmas horas cocção do mesmo breu
entre os anéis dos meus cabelos em filigranas dores anelos caligramam partículas
páginas dos teus!




 
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lilianreinhardt
 
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Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 21/03/2009 02:11  Atualizado: 21/03/2009 02:11
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: O TORNO ENTORNO/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)
Belissímo, é sempre uma prazer visitar
tua página, beijos!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/03/2009 12:06  Atualizado: 21/03/2009 12:06
 Re: O TORNO ENTORNO/NO JARDIM DE SOFIA (zocha)
Emotivo exercício metalinguístico que não posso deixar passar em branco. Se modernamente, os académicos, descobriram a metalinguagem,os maiores poetas de sempre nela foram exímios.
Bj