Poemas : 

Horizontes

 
Tão distante a mirar-te, vida,
Vi em minha frente dois horizontes.
Com unhas atrozes e braços impertinentes
Ergui-me em vozes e iniciei a incansável ida.

Meu lânguido brado se enlouquece
E caio com o fardo rôto da distância.
Anseio voz suave e muda em doce instância,
Arquejo, porque minha garganta surda fenece.

E ainda a ser dois, o horizonte persiste
Como a querer enganar meus passos pueris e santos
que envio a averiguar se tal miragem existe.

Corre tênue rio em minhas faces indescritíveis,
Me rasgo em trêmulos adejos de prantos:
Amargo a descoberta de que horizontes não inatingíveis

 
Autor
pauloroberto
 
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Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 14/05/2007 15:55  Atualizado: 14/05/2007 15:55
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 Re: Horizontes
Um soneto muito triste, mas muito bonito!

Beijinhos