Misturando o místico e o humano,
do cinzel do escultor, nasceram da
pedra, anjo e mulher. Parecendo
esta desfalecer, o anjo,
segurando-a, com todo o cuidado,
pousou-a tranquilamente,
sobre a protecção, de suas
imensas asas, desproporcionais,
para o tamanho, de seu corpo, num
dos campos mais próximos.
Tentando entrar na mente do artista,
nada vejo de pecaminoso,
na inspiração do escultor, senão
a paixão de uma mulher, por um homem,
que, não sendo correspondida,
à fé recorreu, chamando-a a si,
através de um belo anjo,
para que a ajude a suportar, a dor que
lhe vai no peito… no coração que sangra.
Ficando assim, eternizado na pedra,
que, o amor humano, também tem
seus misticismos e crenças
religiosas, popularizadas, por anjos,
santos ou demónios, dependendo
do estado de alma de cada um e de
suas necessidades.
A simbologia desta escultura é só uma,
e dela não fujamos:
entre o anjo e a mulher, representa-os,
o amor supremo, onde, por seu nome,
tudo tem sua razão de ser,
assim como tudo, se pode trazer, até
nós, desde que guiados pelo coração
e pela verdade,
sem sentenças finais.
Jorge Humberto
18/03/09